quarta-feira, 24 de junho de 2009

Motoristas de ônibus podem deflagrar greve


Os cerca de 1,8 milhão de passageiros que dependem de ônibus na Região Metropolitana do Recife poderão sofrer, mais uma vez, em virtude da deflagração de greve por motoristas e cobradores a partir da zero hora da sexta-feira. Tudo depende do resultado de uma reunião, marcada para às 15h de amanhã, na sede da Delegacia do Ministério do Trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários vai apresentar o índice de reajuste de 13,5% para os empresários, que se negam a dar qualquer aumento à categoria. Se não houver acordo, os motoristas e cobradores deflagrarão a paralisação, complicando ainda mais a situação dos usuários que estão sem metrô desde o dia de ontem (ver matéria abaixo).As negociações para o aumento salarial dos 15 mil empregados de coletivos foram iniciadas no mês passado. O dissídio da categoria acontece em julho. Os profissionais não abrem mão do percentual de inflação e alegam que o índice de aumento apresentado este ano é 1,12% a mais do que foi reivindicado no ano passado, quando houve paralisação. A pauta com as exigências da categoria foi fechada numa reunião no dia 13 do mês passado. Além do reajuste salarial, o Sindicato dos Rodoviários reivindica por aumento do tíquete de refeição e o pagamento da hora extra de 50% para 100%. Oficialmente, O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Setrans-PE) diz que ainda não foi comunicado sobre o reajuste. No entanto, os donos de empresas afirmam que o índice de 13,5% tem cálculo equivocado e está acima da média conquistada em todo o Brasil. O presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Dilson Peixoto, disse ontem esperar que o bom senso prevaleça entre as empresas e motoristas. Dilson reafirmou que mesmo com o movimento grevista não haverá reajuste tarifário nas passagens de ônibus. "A decisão do governo do estado é de que as passagens só aumentem uma vez por ano, sempre em janeiro. Este ano já tivemos uma majoração de 6,14%. Os passageiros podem ficar tranquilos", garantiu.Segundo Peixoto,o percentual apresentado pelo Sindicato dos Rodoviários foi calculado usando índice diferente do IPCA, aplicado pelo governo no reajuste das passagens. "Já fizemos um apelo ao sindicato, alegando que esse índice não está de acordo com o aumento das passagens porque é bem mais alto. Mas também já falamos com os empregadores que se negam a oferecer qualquer reajuste", falou. Em caso da greve ser deflagrada, o Grande Recife planeja um esquema alternativo junto com as empresas, colocando pelo menos a metade da frota de 2,7 mil ônibus para rodar nas ruas, até que a negociação seja resolvida de uma vez com a categoria.

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