quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

PCR antecipa ações urbanísticas

Para conter a bagunça e a sujeira nos oito quilômetros da orla, principalmente no fim de semana, prefeitura vai restringir comércio a partir de fevereiroA Prefeitura do Recife anunciou, na tarde de ontem, que não vai tolerar a desordem urbana e o comércio ilegal nos oito quilômetros da orla de Boa Viagem, Zona Sul da cidade. Prova disso é que o decreto assinado pelo ex-prefeito João Paulo no último dia de gestão para acabar com a bagunça e sujeira na praia, que só deveria entrar em vigor em dois meses, terá algumas ações antecipadas para o início de fevereiro. O secretário de Planejamento, Amir Schwartz, informou que o poder municipal está realizando algumas reuniões com setores específicos para explicar o conteúdo do decreto e minimizar possíveis resistências às mudanças.Uma das medidas mais polêmicas é a proibição da comercialização de alimentos e bebidas em vasilhames e utensílios de vidro. Grande parte dos barraqueiros é contra a determinação. “Vamos amargar prejuízos. Não temos como fazer o controle. Muitos clientes podem amassar as latas e esconder para levar vantagem na hora de pagar a conta. A saída seria pegar o dinheiro do cliente na hora e não abrir uma conta”, declarou Givanildo Santiago, mais conhecido como Prego, 32 anos.O secretário Amir Schwartz explicou que não haverá problema. “Acontece que, no fim da tarde, quando os comerciantes estão deixando a praia, há um acúmulo grande de engradados no calçadão. Isto ocasiona um transtorno enorme. As grades ocupam bancos e calçadas. Além disso, os fornecedores param os caminhões na faixa de rolamento e prejudicam o trânsito.”A medida veta qualquer tipo de comércio no passeio público situado na orla marítima dos bairros do Pina, Brasília Teimosa e Boa Viagem. A única exceção é o comércio praticado nos quiosques, bares e restaurantes legalmente autorizados. Os quiosques só vão poder funcionar das 6h às 22h.Os carrinhos de espetinho, uma febre na orla de Boa Viagem, estão com os dias contados. A prefeitura já fez um levantamento com o perfil dos comerciantes. De acordo com Amir Schwartz, aqueles que dependem exclusivamente da atividade vão receber benefícios do poder público. “Vamos analisar todos os casos.”Os comerciantes que não se responsabilizarem pelo recolhimento dos materiais descartáveis e recicláveis vão ser punidos. O decreto também ataca a poluição visual. Proíbe fixação de placas, cartazes, produtos, anúncios, faixas, propagandas nas árvores, equipamentos públicos e mobiliários urbanos, salvo as permitidas pela prefeitura.Outro ponto visa disciplinar a permanência de carroças de tração humana e animal. Uma portaria baixada pela CTTU vai estabelecer os horários em que será permitida a circulação. Ainda de acordo com o decreto, a distribuição de panfletos ou qualquer material de propaganda, salvo os de natureza educativa, deve conter obrigatoriamente as mensagens “Preserve a natureza, não jogue lixo em vias públicas” e “A orla marítima de Boa Viagem é uma Unidade de Conservação da Natureza (UCN).”Durante o último fim de semana, havia acúmulo de lixo em vários pontos da praia. Ontem, a mesma cena. “Eu sempre frequento a Praia de Boa Viagem. Tenho notado que a poluição está maior. São muitos copos na areia”, reclamou o estudante Evandro Monteiro, 26 anos.Amir Schwartz explicou que a limpeza da praia foi intensificada durante os fins de semana. “Antes, fazíamos duas coletas por dia. Agora, a gente realiza três”, assegurou.O secretário comunicou que o projeto apresentado no último dia de gestão de João Paulo, que pretende fechar o 2º Jardim para implantação do Polo Gastronômico de Turismo e Lazer da orla de Boa Viagem, está em andamento. O prazo para conclusão é de 120 dias. A ideia é abrigar também no espaço cafés, livrarias, quiosques e postos de informações turísticas. A prefeitura já assinou ordem de serviço para a requalificação de 61 quiosques espalhados pela orla, reforma das quadras poliesportivas à beira-mar e construção de três novos banheiros públicos.

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